O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), se manifestou nesta segunda-feira (14) sobre a morte da estudante Ana Luiza Silva dos Santos de Jesus, de 19 anos, baleada durante uma operação policial no bairro da Engomadeira, em Salvador, no domingo (13). A jovem foi atingida por uma bala perdida quando voltava do mercado e se preparava para assistir a um jogo do Bahia com a família.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Jerônimo classificou a morte como uma “perda irreparável” e prestou solidariedade à família da vítima e à comunidade local. Ele afirmou que determinou à Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) o acompanhamento rigoroso das investigações. “Estamos acompanhando o caso com total rigor e transparência. Determinei à SSP que siga com a apuração de forma firme e responsável”, disse.
O governador também reconheceu os desafios da segurança pública, sobretudo nas periferias. “Temos feito esforços contínuos para fortalecer a segurança na Bahia — com mais estrutura, formação, presença no território e políticas sociais. Mas episódios como esse escancaram os desafios que ainda enfrentamos, sobretudo para proteger a juventude das periferias”, disse Jerônimo.
Mais cedo, o ex-prefeito de Salvador e vice-presidente nacional do União Brasil, ACM Neto, havia feito duras críticas à gestão estadual pela morte da jovem. Em postagem nas redes sociais, Neto cobrou respostas do governador. “Mais uma jovem de periferia que tem a vida e os sonhos interrompidos pela violência e pela omissão do governo”, escreveu.
A morte de Ana Luiza aumentou para dez o número de vítimas de balas perdidas em Salvador e Região Metropolitana em 2025, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (15) pelo Instituto Fogo Cruzado. Do total de casos registrados entre 1º de janeiro e 14 de abril, cinco pessoas morreram e outras cinco ficaram feridas. Ana Luiza foi a terceira vítima fatal por bala perdida apenas no mês de abril.
A SSP-BA informou que a Corregedoria-Geral da Polícia Militar foi acionada para apurar as circunstâncias do confronto e da morte da jovem. Testemunhas relataram que houve intensa troca de tiros entre policiais e homens armados na região. O caso gerou comoção e revolta nas redes sociais, reacendendo o debate sobre a letalidade policial em áreas periféricas da capital baiana.