Vacina contra herpes-zoster pode diminuir risco de demência

por Redação

Publicado em 04/04/2025,

às 20h23

A vacina contra a herpes-zoster apresenta um benefício inesperado e pouco óbvio: protege os imunizados contra a demência, o declínio das habilidades mentais visto em doenças como o Alzheimer. Foi isso que mostrou um novo estudo que acompanhou mais de 280 mil idosos no País de Gales.

Segundo a pesquisa, pessoas que foram vacinadas contra a herpes-zoster tiveram 20% menos chances de desenvolver demência sete anos depois da imunização, em comparação com quem não tomou a vacina. O estudo foi conduzido por cientistas da Universidade Stanford, nos EUA, e publicado na revista Nature.

O artigo é mais uma evidência a favor da hipótese de que alguns vírus que afetam o sistema nervoso podem estar ligados a maiores chances de desenvolver demência.

A herpes-zoster, popularmente conhecida como “cobreiro”, é provocada pela reativação do vírus varicela-zóster, o mesmo responsável pela catapora. O vírus permanece latente no organismo e pode ser reativado com o envelhecimento ou fatores que enfraquecem a imunidade, especialmente após os 50 anos.

De acordo com a médica, os sintomas incluem dor intensa, coceira, formigamento e o surgimento de bolhas na pele, que geralmente seguem o trajeto de um nervo e podem durar de duas a quatro semanas.

Indicada para adultos a partir dos 50 anos, o imunizante é administrado em duas doses, com intervalo de dois meses entre elas. Além disso, segundo a especialista, a imunização é recomendada para pessoas com sistema imunológico enfraquecido, como pacientes com HIV, câncer, diabetes ou em tratamento imunossupressor. No Brasil, está disponível apenas na rede privada.

“O esquema de vacinação completo é fundamental para garantir o melhor padrão de resposta imune. Com uma eficácia de 97%, a vacina é a principal medida dessa prevenção, especialmente para os mais vulneráveis à reativação do vírus”, destaca a médica.

De acordo com dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH), do Ministério da Saúde, via DataSUS, houve um aumento de 10,6% no número de internações hospitalares causadas pelo herpes zóster em 2023, em relação ao ano anterior, totalizando 2.600 casos registrados. Segundo estudos, o vírus em latência pode estar presente em cerca de 94% dos brasileiros adultos.

Essa alta nos diagnósticos está diretamente ligada ao envelhecimento da população brasileira. Conforme apontado pelo IBGE no Censo 2022, o número de idosos no país aumentou 57,4% em 12 anos. “Com o avanço da idade e o consequente declínio natural do sistema imunológico, torna-se essencial adotar estratégias preventivas, como a vacinação, para promover um envelhecimento saudável e reduzir o impacto da doença na qualidade de vida dos brasileiros”, reforça a infectologista.

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