O Brasil, maior exportador de carne de frango do mundo, confirmou nesta sexta-feira a primeira detecção do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em granja comercial, levantando a possibilidade de restrições por parte de parceiros comerciais.
A detecção ocorreu no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, disse o Ministério da Agricultura em comunicado.
As exportações brasileiras de carne de frango somaram US$10 bilhões em 2024, respondendo por cerca de 35% do comércio global, com grande parte das vendas realizadas por BRF (BRFS3) e JBS (JBSS3), que exportam para cerca de 150 países.
“Todas as medidas necessárias para o contingenciamento da situação foram rapidamente adotadas, e a situação está sob controle e monitoramento dos órgãos governamentais”, disse a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) em um comunicado.
O ministério disse que está tomando as medidas necessárias para conter e erradicar o foco, além de realizar a comunicação oficial à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), aos parceiros comerciais do Brasil e outros.
O país, que exportou mais de 5 milhões de toneladas de produtos avícolas no ano passado, confirmou os primeiros surtos da gripe aviária altamente patogênica entre aves selvagens em maio de 2023 e, desde então, registrou surtos na natureza em pelo menos sete Estados.
Após o primeiro surto, o Japão suspendeu as compras de aves do Espírito Santo, onde na época um surto foi confirmado em uma fazenda não comercial.
A doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves ou de ovos, afirmou o ministério, observando que o risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas.
“A população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados, não havendo qualquer restrição ao seu consumo”, diz o comunicado.
Segundo o ministério, o Serviço Veterinário brasileiro está treinado e equipado para enfrentar a doença desde a primeira década dos anos 2000. As ações adotadas incluem o monitoramento de aves silvestres, a vigilância epidemiológica na avicultura comercial e de subsistência, e o treinamento constante de técnicos, acrescentou.